Judeus na Bélgica esperam que o já terrível problema do antissemitismo piore
Durante o podcast 'People of the Pod' produzido pelo Comitê Judaico Americano (AJC) e o The Times of Israel, Daniel Schwammenthal, diretor do Transatlantic Institute da AJC discute sobre o antissemitismo belga.

Schwammenthal se junta à co-anfitriã Manya Brachear Pashman em uma conversa telefônica da Bélgica, marcada por um recente fluxo constante de episódios antissemitas - e pela relutância do governo em fazer algo a respeito.
Os exemplos incluem um carro alegórico "brincando" com humor na ganância judaica, o uso da língua de sinais flamenga de um grande nariz de gancho para significar "judeu" e um político local orgulhosamente exibindo sua "arte" - uma suástica estampada com "And God created Hitler (E Deus criou Hitler)".
O que faz a Bélgica se destacar, disse Schwammenthal, é a falta de condenação não-judaica de tais eventos flagrantemente antissemitas.

"Há uma falta de indignação pública", disse Schwammenthal, e uma quase "resposta desdenhosa" às preocupações da comunidade judaica. "Agora temos um acúmulo de incidentes tão grande que vemos uma espécie de normalização", disse Schwammenthal.
"Depois que um tabu é quebrado, ele deixa de ser um", disse ele.
Segundo pesquisas recentes, a Bélgica está classificada entre os três principais países em termos de percepção do antissemitismo, disse Schwammenthal. Ele acrescenta, no entanto, que não é fundamentalmente diferente dos países vizinhos. "Muitas pessoas pensam em deixar o país devido ao crescente antissemitismo", disse Schwammenthal.
"As pessoas estão realmente preocupadas com seus filhos", disse ele. "A expectativa é bastante generalizada de que as coisas vão piorar e não melhorar".
A nomeação da nova primeira ministra interina Sophie Wilmès, judia, não é necessariamente um passo em direção à melhoria do antissemitismo do país, disse ele. "Eu não consideraria uma razão para estar agora à vontade", disse Schwammenthal.
Schwammenthal pede ao governo que reconheça o problema do antissemitismo do país, seja uma negação do direito à existência do Estado de Israel às formas clássicas, e adote a Definição Operacional de Anti-semitismo da IHRA (International Holocaust Remembrance Alliance).
"Se nem o reconhecermos, obviamente não podemos lutar contra isso", disse Schwammenthal.
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Fonte: Times of Israel