"A presença do Hezbollah na América Latina está mais forte que nos anos 90"

Frente a um novo aniversário do atentado à AMIA, o Congresso Judaico Latino-Americano organizou um encontro sobre a presença do Hezbollah na América Latina, que contou com um público superior a mil pessoas, no qual especialistas internacionais foram os palestrantes.
“Hezbollah é como uma mão-de-obra do regime iraniano”, expressou Ely Karmon, que destacou que "na América Latina, tal regime tem objetivos políticos, econômicos e ideológicos”.
Kamon é o investigador principal do Instituto de Luta contra o Terrorismo de Israel e membro da Assessoria do Conselho de Segurança da ONU.
Karmon foi contundente ao descrever o Irã como "o principal promotor do terrorismo no mundo, com dezenas de células satélites e milícias que respondem a Teerã desdobradas, por exemplo, na Síria, Iraque e Iêmen, e destacou que foram frustrados ataques contra esse grupo na Europa, Ásia e África.
Na sequência, Emanuele Ottolenghi, Investigador da Fundação pela Defesa das Democracias (EEUU):
"A presença deo Hezbollah na América Latina é mais forte que nos anos 90, conta com maior influência política e mais contatos", destacou.
Ottolenghi descreveu o Hezbollah como uma organização sofisticada, com um fundo de 1.000 milhões de dólares anuais dos quais 700 são injetados a partir do Irã.
"A América Latina é um dos pontos de financiamento do grupo terrorista Hezbollah, cujas formas de arrecadação vão desde o tráfico de armas até o de pessoas".
Também destacou que a organização tem um apoio logístico na região, composto de colaboradores e simpatizantes, o que os permite planejar a médio prazo:
"Suas operações requerem, paciência, passando anos, comprando pouco a pouco o material.
Para isso é necessário uma rede comercial, lugares de armazenamento, produção de documentos.
Esse apoio logístico são obtidos através de simpatizantes e colaboradores locais".
Em 13 de julho, o segundo módulo do ciclo estará focado em outras formas de ataques que, se tornam cada vez mais, relevância e nível internacional, o cyberterrorismo. Experientes acadêmicos e organismos internacionais descreverão essas modalidades e suas implicações.
Em 18 de julho se cumprirão 26 anos do atentado à sede da Amia.
O Congresso Judaico Latino-Americano preparou junto as comunidades da região, um ciclo de conferências sobre distintas faces do terrorismo e suas consequências. Também haverá uma homenagem online às vítimas do atentado.
"A cada ano, o Congresso Judaico, pede justiça pelas vítimas da Amia, um ‘grito’ em todo o mundo.
Este ano, não será uma exceção, mesmo nas atuais condições isso não será um impeditivo que permitirá multiplicar a memória", destacou Claudio Epelman, diretor executivo do CJL sobre esta série de eventos.
O Ciclo de Conferências está sendo organizado em conjunto com as comunidades judaicas da América Latina.